Exposição em debate a respeito de um tema, realizada por mais de duas pessoas, com perspectivas diferentes a respeito do tema.
Entre o descaso e o perene: morte, luto e quantificação na pandemia
Embora a contemporaneidade, com todo seu aparato tecnológico e científico, se pretenda distante de épocas anteriores, velhas e indigestas questões batem incessantemente à sua porta. A morte, ora como um número desenhado na tela da TV, ora como a perda de um ente querido, ameaça-nos em forma de pandemia. Como se não bastasse a existência de um novo vírus, ainda mais aterrador é toda a precariedade do sistema político e social que já havia antes dele. Ainda mais absurdo é saber que, em muitas das vezes, a morte tem classe, tem raça e tem cor e nos atira para um luto angustiante que oscila entre o negacionismo e o desespero. Dessa forma, o propósito da mesa constitui-se do debate acerca das problemáticas expostas, em síntese caracterizadas por um luto que responde não só às vidas humanas perdidas, mas ao possível fim de um velho modus operandi.
O enlace entre o modo de produção capitalista e o racismo
Em 2020, a promessa de progresso estampada na bandeira brasileira entrou em colapso no corpo morto de João Pedro, de Miguel e de milhares de vidas pretas desassistidas por um Estado genocida. A democracia racial, embora se venda como verdadeira, nunca passou de um conceito simplista e falacioso, e tão violento quanto ela, está o neoliberalismo, o triunfo de um capitalismo que, em meio a uma pandemia global, mostra-se inequivocamente falho e cruel. A proposta da mesa, assim, visa destrinchar as dinâmicas racistas que constituem a sociedade brasileira e relacioná-las ao modo capitalista de produção. Afinal, sendo o próprio sistema do capital pautado na manutenção de desigualdades, é possível falar em antirracismo sem tocar nas nuances, ocultas ou não, da atuação do capitalismo sobre a organização social?
Ser Mulher: Existências marcadas pela violência
Historicamente, o corpo feminino foi apreendido como corpo público e as donas desses corpos cansados foram, então, sujeitadas a violências autorizadas por um domínio social machista e misógino. Épocas depois, em plena pandemia, a violência contra a mulher ganha novas caras e, mesmo que revestida por maquiagens modernas, está longe de ser erradicada. Jornada de trabalho múltipla e exaustiva, violência doméstica e assédios de todo tipo são apenas algumas das tantas violações que atravessam as vivências de inúmeras mulheres. Logo, a proposta da mesa se apresenta como o debate ao redor dessas pautas tão urgentes no atual cenário pandêmico e tão entrelaçadas às discussões ligadas a gênero, raça e classe.
Atenção psicossocial e bem-viver dos povos originários
De acordo com as diretrizes estabelecidas pelo SUS, a garantia do acesso integral à saúde para os povos indígenas deve perpassar pelo reconhecimento da diversidade social, cultural, geográfica e política dos mesmos. Dessa forma, faz-se essencial respeitar o direito desses povos à sua cultura, medicina e saberes. Contudo, o que se observa é uma carência de estratégias efetivas que atendam às especificidades plurais das populações originárias, devido ao viés colonizador do modelo biomédico ocidental. A pandemia da COVID-19, nesse contexto, intensificou as constantes ameaças que já existiam aos direitos básicos dessa população, evidenciando as violências cotidianas contra os povos originários que impedem o seu "bem-viver".
Intensificação da uberização do trabalho na pandemia e resistências possíveis
A popularização dos aplicativos de contratação de serviços no contexto de pandemia escancara a intensa informalização do trabalho no país. Nos últimos anos, o desemprego tem se apresentado de maneira ainda mais massacrante e, portanto, o trabalho informal oferecido por esses aplicativos é a única opção de muitos sujeitos em situação de desespero financeiro. Sem o vínculo empregatício, esses sujeitos estão submetidos às mais variadas formas de violência, como as péssimas condições de trabalho, renda incerta, grande número de horas trabalhadas e falta de garantias trabalhistas. Sendo assim, apesar de vendido como empreendedorismo, o trabalho informal se mostra como apenas mais uma das atualizações neoliberais para explorar o trabalhador, como uma nova expropriação do trabalho. Logo, é preciso refletir sobre quais seriam as possibilidades de resistência diante dessa realidade que se impõe e se atualiza a cada dia.
Ensino remoto na pandemia: para quê e para quem?
A educação pública brasileira, sempre sob ameaça, nunca esteve tanto em risco. A implementação de uma modalidade de ensino baseada no acesso à internet durante a pandemia expõe tal perigo. Em um país onde muitos não têm acesso a internet ou a equipamentos eletrônicos e a grande maioria dos jovens depende do ensino público para formação, é preciso questionar o alcance e os objetivos dessa "educação" pretendida. Ademais, é importante pensar a vivência das(os) estudantes com diferença funcional que são usuários do ensino público nesse contexto. Implementar o Ensino Remoto diz de um projeto político que não apenas visa a exclusão dessas e desses jovens que possuem classe, cor, raça e origem, mas também precarização e sucateamento da qualidade de ensino. É necessário, portanto, reconhecer esse movimento que visa a mercantilização do ensino público para que possamos nos mobilizar e resistir enquanto classe profissional e política.
Oficinas
Atividade que, por permitir a expressão através da vivência artística, compõe a formação e pode servir como ferramenta para a atuação profissional. A duração prevista das oficinas é de no máximo duas horas.
Diários de pandemia em curta-metragem
A oficina de produção remota de audiovisual visa mostrar alternativas e trazer vivências sobre como produzir esse tipo conteúdo respeitando as orientações de isolamento devido a pandemia do covid 19. O ambiente artístico que é costumeiramente feito por aglomeração, toque e trocas teve que se adaptar. Durante o período de quarentena as produtoras precisam se arriscar e descobrir novas formas de continuar trabalhando. Neste período houveram produções excepcionais dentre eles podem citar, “Diário de um Confinado” da Globoplay e “Fake Live” da Fernanda Paes Leme. Esses exemplos mostram que é possível produzir isolados e auxiliados pela tecnologia. Ainda que não haja democracia tecnológica no Brasil, a produção remota é uma alternativa para quem não pode contar com o investimento de grandes produtoras. O audiovisual é uma ferramenta imprescindível de ensino, informação e denúncia. A arte não pode parar.
Materiais: um notebook e/ou aparelho móvel.
Meditação
O que é meditação pra você?Durante essas duas horas vamos conversar e refletir sobre a mente, nossos pensamentos e sentimentos. Venha praticar e descobrir formas diferentes de meditar e deixar sua mente mais auto-sustentável! Quem medita não chilika!
Materiais: Roupas leves e confortáveis que permitam movimento, sentar e deitar. Almofadas, tapete ou colchonete. Caso haja dificuldades de sentar ou deitar no chão, escolha uma cadeira, poltrona para realizar as atividades sentado e eleja um local para deitar que seja confortável.
Teatro e Vídeo: o trabalho das emoções em composições midiáticas
Pixel Art
Nesta oficina iremos aprender o básico da pixel art, estilo de arte surgido no início dos consoles de video games devido às restrições da época, mas que retornou como um estilo distinto de arte digital. Para isso usaremos um programa gratuito chamado piskel app, que pode ser usado diretamente no navegador (as artes desenvolvidas nele podem ser baixadas e convertidas em outros formatos). Por ser uma forma de arte distinta, a pixel art tem suas peculiaridades e técnicas particulares, e com um domínio básico destas é possível criar diversos desenhos e até animações, das mais simples às mais complexas, sem a necessidade de um PC mais robusto.
Materiais: computador com acesso a internet e um mouse, de preferência.
Eu cantante: em busca da liberdade expressiva no ato de cantar
Escrita criativa: a voz no furacão
"Há momentos em que me sento aqui a escrever diante do furacão Mesmo perdida, sei que muito chão e céu já foi percorrido E sempre venta forte. Ainda bem."
Existe algo único sobre o potencial de contar uma história, essas que contamos uns aos outros e essas que ressoam dentro de nossas cabeças. No meio da turbulência do furacão, a escrita tem sido uma dança de escape e encontro com isso que aperta o peito e engasga a garganta. Essa oficina é um convite para que outros também entrem na dança. Nessas horas de encontro virtual, realizaremos algumas atividades para estimular o escrever criativo que incluirão exercícios de escrita livre, aprendizagens sobre a poesia falada, e diálogos sobre a produção de diários na pandemia. O objetivo não é tratar sobre técnicas ou edição de textos, mas sobre o potencial terapêutico, artístico e histórico que resguarda o debruçar-se sobre o papel e o compartilhar de histórias.
Materiais: papel e caneta, não há "requisitos".
A psicologia do Yoga Nidra: novos paradigmas para saúde mental
O Yoga Nidra é uma prática de relaxamento profundo utilizada para trabalhar propósitos em vários níveis: físico, emocional, mental e até mesmo espiritual. Foi estruturada por um grande mestre da atualidade, Swami Satyananda Saraswati. Sua atuação é ampla nos distúrbios psicossomáticos, nos cuidados paliativos e no encontro de significados mais profundos para o viver. Este ateliê se apresentará de uma forma teórico-prática. Discutiremos o conceito yogi de mente e as dimensões da consciência na prática de yoga nidra (relaxamento profundo) abordando seus níveis e suas expressões no processo de harmonia corpo-mente do Yoga. Como forma prática apresentaremos uma prática de Yoga Nidra (relaxamento profundo) onde a consciência transita entre estar acordado e estar dormindo possibilitando um contato com aspectos do subconsciente e do inconsciente.
Materiais: um tapete de Yoga ou um tecido para se deitar no solo, um travesseiro pequeno para cabeça uma manta (caso o dia esteja frio) e um local privativo onde o praticante não tenha interrupções.
Consciência corporal por meio da dança
Introdução ao Desenvolvimento Web
Marketing digital para iniciantes
Gastronomia vegana
Libras: que língua é essa e como a comunidade surda tem vivenciado a pandemia?